Apesar de muitos pensarem o contrário, uma crise de desregulação de uma criança autista não é somente uma birra passageira.
Trata-se de um momento de colapso emocional, com emoções surgindo de forma intensa e aguda, ocasionando crises de mal estar, enjoos e comportamentos estressantes (o que leva a gritos, choro e em alguns casos até mesmo comportamentos violentos).
O melhor momento para se lidar com uma crise é antes dela, através de uma boa rotina, higiene do sono, terapia e treinamento para que a criança aprenda a se adaptar melhor a situações desconfortáveis.
O que é a desregulação?
É o equivalente ao termo “meltdown” do inglês, algo como colapso ou derretimento. É o momento em que a criança perde o controle de suas atitudes e entra em uma crise intensa.
Essa crise pode acontecer de uma hora para outra, motivada por algum gatilho pouco perceptível para pessoas típicas. Nesse momento, a criança passa a chorar, gritar, atirar objetos e agir de modo irritado.
Também é comum que ela sinta mal estar, enjoos ou que realize comportamentos agressivos
que possam fazer mal a ela.
Rotina e previsibilidade
Para evitar que essas crises surjam em um futuro próximo, é importante preveni-las desde o começo, quando ainda não existem sinais evidentes de um comportamento desse tipo.
O primeiro passo é trabalhar com uma rotina bem estruturada, higiene do sono, oferecendo conforto e segurança para a criança.
Nessa etapa, é importante que a criança seja treinada, em terapia e em casa, de modo apropriado, a aprender a regular os seus comportamentos e evitar futuras crises.
O começo da crise
Existem alguns sinais que pais e responsáveis devem observar e que podem indicar uma crise surgindo. É um momento em que ainda se pode fazer algo para evitar que a criança entre em desregulação.
Fique atento: os comportamentos estereotipados aumentam nessa fase, bem como a tendência ao isolamento, à retração e a irritação com os estímulos sensoriais.
Nessa hora, o que se deve fazer é perceber o que pode estar causando a crise na criança e afastá-la disso.
E na hora da crise?
No momento da crise, infelizmente, não existe algo que possa resolvê-la. O que se deve fazer é evitar que a crise aumente, tomando cuidado para não cometer nenhuma atitude que possa deixar a criança mais nervosa.
A atenção precoce pode evitar crises, mas não é indicativo de que elas não vão ocorrer. Muitas vezes elas vem de
modo espontâneo.
Nessa hora, não grite com a criança, tire-a de lugares barulhentos, não se comunique em demasia com ela, apenas mantenha a calma e espere.
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